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Michel Henry
Michel Henry was a French philosopher, phenomenologist and novelist. He wrote five novels and numerous philosophical works. He also lectured at universities in France, Belgium, the United States, and Japan (Wikipedia).
Translated by Rodrigo Vieira Marques
Tendo por referência uma Fenomenologia da vida, Michel Henry investiga a gênese historial e filosófica da psicanálise a partir de seu conceito mais importante: o inconsciente. Neste sentido, torna-se bem significativa a tese – presente no subtítulo “o começo perdido” –de que esta concepção basilar encontra-se, sobretudo, vinculada a toda uma tradição filosófica pautada por um desconhecimento da natureza humana e de seus poderes, o que legitima a incapacidade de seu fundador em pensar a essência da vida tal como ela é em si mesma. Por não se ater ao que constitui a autenticidade da vida, realidades como afetividade, corpo e práxis, que lhe são inerentes, são lançadas em um submundo determinado pela cisão consciente/inconsciente. Freud é o “herdeiro tardio” e exemplar de uma herança que interpretará a subjetividade cartesiana “eu penso, logo eu sou” como um “eu me represento, logo eu sou”. Para Henry, porquanto se manifesta em um modo anterior à diferenciação entre manifestação e ocultamento, a subjetividade se determina, fundamentalmente, como um “eu me sinto, logo eu sou”, como pura “autoafecção”, o que faz com que se esquive à ek-stasis da representação, ou seja, à concepção do Ser como pura exterioridade. Deste modo, ao contrário de um “eu” exterior a si mesmo, o filósofo o entende sem a imediação de uma estrutura representacionista, pois, sentindo a si mesmo, revela-se antes como vida afetiva. Por fim, traçando uma herança que remonta a Descartes, Kant, Schopenhauer, Nietzsche e Heidegger, longe de ser a demonstração de um quadro histórico, Henry procura acentuar a problemática ontológica que está em jogo na elaboração do inconsciente freudiano, a fim de nos mostrar que, ao contrário de ser uma representação vazia, compreende-se melhor o inconsciente justamente como a própria vida, portanto, tendo por fundo, enquanto pathos, o advir em si da própria afetividade.
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